Voltar a treinar os músculos é mais fácil do que da primeira vez. Isso acontece devido ao fato de as células registrarem a informação de que já foram estimuladas antes: a chamada memória muscular. Mas qual é o motivo disso? Como funciona?
A fisiologia da memória muscular
As células musculares são equipadas para crescer
A resposta para o enigma da memória muscular começa com um fato interessante sobre as próprias células (fibras) musculares: elas são grandes e estão entre as poucas células multinucleares dos nossos corpos. Ou seja, elas não contêm apenas um núcleo, mas muitos.
Os músculos são submetidos a sobrecarga e novos núcleos são adquiridos pela primeira vez. Por meio de treinamento adicional e dieta adequada, esses núcleos sintetizam novas proteínas musculares e, assim, as fibras musculares crescem.
Após o destreinamento, as fibras musculares ficam resistentes à atrofia, graças à quantidade aumentada de núcleos. Porém, se o destreinamento continuar por muito tempo, as taxas de degradação de proteínas excedem às taxas de síntese proteica. Assim, os músculos diminuem de tamanho, mas os núcleos não estão perdidos.
Quando o treinamento é retomado, os músculos crescem rapidamente em tamanho. O passo de adicionar núcleos é “pulado” — eles já estão lá, prontos para sintetizar proteínas musculares novamente, aumentando rapidamente o tamanho muscular.
É por essa razão que quem é iniciante na academia demora mais tempo para ganhar massa muscular do que quem possui histórico de treinamento prévio. É a fisiologia da memória muscular.
Além disso, a memória muscular é alívio para aqueles atletas que precisam parar de treinar por um tempo. Quando eles retomarem seus exercícios, poderão contar com ela para voltar a ter um corpo definido.
